O que defendemos
A
luta pelos direitos humanos no Brasil avançou as fronteiras do que comumente é
tratado como direito humano, alcançando as esferas dos direitos civil e social.
É assim que as políticas e ações pela equidade de gênero, raça e etnia passam a
ser enquadrados na luta pelos direitos humanos. É assim também que o
Jornalismo, como atividade social garantidora da liberdade de expressão como
direito coletivo, chega à categoria das atividades relacionadas diretamente à
defesa dos direitos humanos.
Essa
concepção é para nós, integrantes da Chapa Sou Jornalista, Sou FENAJ!,
absolutamente pertinente. O Jornalismo como atividade social produtora de
cultura e bens simbólicos, deve estar assentado nos direitos essenciais da
humanidade e deve colocar em permanente avaliação os direitos socialmente
construídos.
A
FENAJ foi uma das primeiras entidades representativas dos jornalistas em todo o
mundo a relacionar a atividade jornalística à defesa dos direitos humanos, em
sua conceituação ampliada. Para isso, levou em conta, principalmente, a
concepção genuinamente brasileira (dos jornalistas brasileiros) de que o
Jornalismo profissional é a garantia da liberdade de expressão como direito
coletivo.
Em
todas as oportunidades, a FENAJ esclarece que liberdade de expressão e
liberdade de imprensa são dois conceitos distintos, apesar de estarem
relacionados. A liberdade de expressão é um direito de todo e qualquer cidadão,
que precisa ser garantido em todas as esferas sociais e não apenas nos meios de
comunicação. Mas constitui-se como direito coletivo, quando se trata dos meios
de comunicação e, em especial, quando se trata Jornalismo.
A
liberdade de imprensa é um direito social e, portanto, coletivo. É o direito
social da livre circulação das informações jornalísticas (que no início era só
por meio da imprensa). Não é, como alguns querem fazer crer, o direito das
empresas publicizarem tudo o que quiserem.
A
liberdade de imprensa deve ser, para a instituição da liberdade de expressão
como direito coletivo, uma forma de garantir a liberdade de expressão, de forma
democrática e diversificada, ao maior número possível de atores e grupos
sociais.
É
como garantidores das liberdades de imprensa e de expressão que os jornalistas
têm se tornado vitimas da violência. Eles são vitimas individuais, mas de uma
violência que tem o mesmo objetivo: pôr fim ao direito da sociedade à
informação e à liberdade de expressão.
Nós,
da Chapa Sou Jornalista, Sou FENAJ!, acompanhamos a Federação e
afirmamos, categoricamente, que Jornalismo não é uma atividade de risco por sua
própria natureza. Existem coberturas de riscos, para as quais diversas medidas
mitigadoras dos riscos devem ser adotadas, tanto pelos jornalistas quanto pelas
empresas jornalísticas e pelas autoridades de segurança.
Para
além da violência explícita contra os jornalistas, é preciso denunciar e
combater também outra violência, que não é explícita, mas oprime o profissional
e afeta sua saúde física e mental. Trata-se da violência cotidiana presente na
maioria das redações, simbólica ou não. São frequentes os casos de censura, de
perseguição e de assédio moral e sexual, práticas que nem sempre são
denunciadas e que muitas vezes passam a ser encaradas como “naturais”.
O que propomos
Consolidar a inclusão do
Jornalismo entre as atividades de defesa dos direitos humanos e, em especial,
como garantidora da liberdade de expressão
Rearticular o movimento pela
aprovação de uma nova lei de imprensa para o Brasil
Fortalecer o programa da
Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ) de proteção aos jornalistas
ameaçados
Negociar com as empresas um
Protocolo Nacional de Segurança para Jornalistas que enfrentam situações de
risco, no qual estejam incluídos avaliação de risco, a ser feita por comissão
interna de cada redação criada para este fim, medidas mitigatórias do risco,
treinamento específico e seguro de vida diferenciado
Intensificar a campanha pela
aprovação do projeto de lei do deputado federal Delegado Protógenes, que
federaliza as investigações de crimes cometidos contra jornalistas
Ampliar o Relatório Anual da
Liberdade de Expressão e Violência contra Jornalista elaborado pela FENAJ
Lutar pela criação do
Observatório Nacional da Violência contra Jornalistas e Outros Profissionais da
Comunicação, já proposto pela FENAJ à Secretaria Nacional de Direitos Humanos
Lutar pela inclusão da
obrigatoriedade de constituição de planos de saúde nos acordos/convenções
coletivas
Lutar pela criação e
implementação de programas de acompanhamento psicológico para jornalista com
transtornos decorrentes do estresse profissional
Intensificar as ações da
FENAJ de combate ao racismo, ao sexismo e ao etnocentrismo na prática
jornalística
Exigir salários iguais para
jornalistas homens e mulheres e acesso aos cargos de chefia sem discriminação
de gênero, raça ou etnia
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