quarta-feira, 19 de junho de 2013

Nossa Luta - Direitos humanos, liberdade de expressão e segurança dos jornalistas

O que defendemos
A luta pelos direitos humanos no Brasil avançou as fronteiras do que comumente é tratado como direito humano, alcançando as esferas dos direitos civil e social. É assim que as políticas e ações pela equidade de gênero, raça e etnia passam a ser enquadrados na luta pelos direitos humanos. É assim também que o Jornalismo, como atividade social garantidora da liberdade de expressão como direito coletivo, chega à categoria das atividades relacionadas diretamente à defesa dos direitos humanos.
Essa concepção é para nós, integrantes da Chapa Sou Jornalista, Sou FENAJ!, absolutamente pertinente. O Jornalismo como atividade social produtora de cultura e bens simbólicos, deve estar assentado nos direitos essenciais da humanidade e deve colocar em permanente avaliação os direitos socialmente construídos.
A FENAJ foi uma das primeiras entidades representativas dos jornalistas em todo o mundo a relacionar a atividade jornalística à defesa dos direitos humanos, em sua conceituação ampliada. Para isso, levou em conta, principalmente, a concepção genuinamente brasileira (dos jornalistas brasileiros) de que o Jornalismo profissional é a garantia da liberdade de expressão como direito coletivo.
Em todas as oportunidades, a FENAJ esclarece que liberdade de expressão e liberdade de imprensa são dois conceitos distintos, apesar de estarem relacionados. A liberdade de expressão é um direito de todo e qualquer cidadão, que precisa ser garantido em todas as esferas sociais e não apenas nos meios de comunicação. Mas constitui-se como direito coletivo, quando se trata dos meios de comunicação e, em especial, quando se trata Jornalismo.
A liberdade de imprensa é um direito social e, portanto, coletivo. É o direito social da livre circulação das informações jornalísticas (que no início era só por meio da imprensa). Não é, como alguns querem fazer crer, o direito das empresas publicizarem tudo o que quiserem.
A liberdade de imprensa deve ser, para a instituição da liberdade de expressão como direito coletivo, uma forma de garantir a liberdade de expressão, de forma democrática e diversificada, ao maior número possível de atores e grupos sociais.
É como garantidores das liberdades de imprensa e de expressão que os jornalistas têm se tornado vitimas da violência. Eles são vitimas individuais, mas de uma violência que tem o mesmo objetivo: pôr fim ao direito da sociedade à informação e à liberdade de expressão.
Nós, da Chapa Sou Jornalista, Sou FENAJ!, acompanhamos a Federação e afirmamos, categoricamente, que Jornalismo não é uma atividade de risco por sua própria natureza. Existem coberturas de riscos, para as quais diversas medidas mitigadoras dos riscos devem ser adotadas, tanto pelos jornalistas quanto pelas empresas jornalísticas e pelas autoridades de segurança.
Para além da violência explícita contra os jornalistas, é preciso denunciar e combater também outra violência, que não é explícita, mas oprime o profissional e afeta sua saúde física e mental. Trata-se da violência cotidiana presente na maioria das redações, simbólica ou não. São frequentes os casos de censura, de perseguição e de assédio moral e sexual, práticas que nem sempre são denunciadas e que muitas vezes passam a ser encaradas como “naturais”.


O que propomos
Consolidar a inclusão do Jornalismo entre as atividades de defesa dos direitos humanos e, em especial, como garantidora da liberdade de expressão
Rearticular o movimento pela aprovação de uma nova lei de imprensa para o Brasil
Fortalecer o programa da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ) de proteção aos jornalistas ameaçados
Negociar com as empresas um Protocolo Nacional de Segurança para Jornalistas que enfrentam situações de risco, no qual estejam incluídos avaliação de risco, a ser feita por comissão interna de cada redação criada para este fim, medidas mitigatórias do risco, treinamento específico e seguro de vida diferenciado
Intensificar a campanha pela aprovação do projeto de lei do deputado federal Delegado Protógenes, que federaliza as investigações de crimes cometidos contra jornalistas
Ampliar o Relatório Anual da Liberdade de Expressão e Violência contra Jornalista elaborado pela FENAJ
Lutar pela criação do Observatório Nacional da Violência contra Jornalistas e Outros Profissionais da Comunicação, já proposto pela FENAJ à Secretaria Nacional de Direitos Humanos
Lutar pela inclusão da obrigatoriedade de constituição de planos de saúde nos acordos/convenções coletivas
Lutar pela criação e implementação de programas de acompanhamento psicológico para jornalista com transtornos decorrentes do estresse profissional
Intensificar as ações da FENAJ de combate ao racismo, ao sexismo e ao etnocentrismo na prática jornalística

Exigir salários iguais para jornalistas homens e mulheres e acesso aos cargos de chefia sem discriminação de gênero, raça ou etnia

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